quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Jornalismo com Ética


Pensar a ética jornalística no dia-a-dia das redações é antes de tudo cobrar do repórter responsabilidade na apuração e redação dos fatos. Definir o que é notícia e mostrá-la de forma verdadeira e clara, deixando de lado todas as convicções partidárias à pauta para refletir no texto apenas o que foi apurado in loco. Caso esta regra clássica não possa ser cumprida é melhor deixar a pena de lado e a matéria apenas na cabeça de quem a pensou. No jornalismo ético só há lugar para opiniões em colunas, artigos e editoriais.

No livro “A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística”, Nilson Lage mostra os efeitos colaterais da “parcialidade” no jornalismo. “Quando os militares autorizaram a instalação de empresas de seguro-saúde no Brasil, a Golden Cross montou um setor de atendimento aos jornalistas de onde partiam denúncias contra os hospitais públicos. Julgando estar prestando um serviço e combatendo a ditadura, vários jornalistas acabaram ajudando a empresa naquele início difícil dos “negócios” quando o atendimento público de saúde ainda tinha uma imagem boa.”

Outro caso que precisa ser analisado sob o ponto de vista ético é a entrevista concedida pelo jornalista Dan Rather, principal âncora da rede americana de televisão CBS, ao programa de David Letterman (26/01/01). Enquanto falava sobre os atentados terroristas de 11 de sentembro, quando Bin Ladem ordenou a destruição das torres gêmeas (World Trade Center) e do Pentágono, Rather chorou três vezes e se colocou a disposição do então presidente dos EUA George Bush: “Como americano, ele terá o que quer de mim.” O que dizer desta postura?

Já o jornalista Robert Fisk, um dos mais respeitados correspondentes no Oriente Médio, resenhou: “O mundo será levado a acreditar nos próximos dias que presenciamos uma luta da democracia contra o terrorismo; na verdade, os atentados têm muito a ver também com mísseis americanos caindo sobre lares palestinos; com helicópteros americanos jogando mísseis em uma ambulância libanesa em 1996; e com uma milícia libanesa – paga e uniformizada por Israel, o fiel aliado americano – cortando, estuprando e matando refugiados em seu caminho. E com muito mais”.

Todo repórter/redator/editor que respeita a si e a profissão que abraçou precisa ser analítico. Não pode comprar "meias verdades" e nem acreditar em “embalagens”. Tem que investigar a fundo toda e qualquer informação. Uma pauta só é resolvida quando todos os porquês são respondidos de forma satisfatória e não há mais dúvidas no ar. Isso é jornalismo ético e sério.Luiz Garcia, editor de opinião do jornal O Globo, ensina: “Um homem público acusa outro de um delito qualquer. E temos a infantil ingenuidade de achar que o problema se resolve ouvindo o outro lado. Fulano diz que Beltrano é ladrão de galinhas – e Beltrano nega. É uma postura preguiçosa, que contribui para a impressão de que a imprensa brasileira é viciada em denuncismo. Nossa obrigação não é simplesmente ouvir os dois lados, e sim apurar o que há de verdade na história. Inclusive, se for o caso, para concluir que não há história”.

“O senhor não chamou o meu procedimento de desumano, pelo contrário, de acordo com sua percepção mais profunda, o senhor o considera o mais humano, o mais digno de todos, o senhor também admira este maquinismo”, diz o personagem de Franz Kafka (Na Colônia Penal), ao visitante encarregado de opinar sobre o cruel sistema de punição ao condenado sem qualquer direito de defesa.É hipocrisia criar uma ética particular para justificar qualquer ato de nosso interesse. Segundo Maquiavel, “é ético o que interessa ao bem comum e não o que interessa meramente ao príncipe”. Acredito ser esta a linha mestre a ser seguida nas redações. Ética, honestidade e trabalho sério “não devem ser adjetivos ou penduricalhos gramaticais na vida do profissional de comunicação”, mas prática diária do jornalista.

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Assessoria de Imprensa - Governo


Os Estados Unidos talvez seja o país que mais investe em assessoria de imprensa governamental. Há um verdadeiro aparato técnico-profissional para informar o que faz o governo: quais suas idéias, projetos e ações, bem como para reafirmar seu poder e corrigir erros e distorções na comunicação externa. Veja como funciona esta importante engrenagem.

"Distribuíamos textos sobre tudo", diz a ex-secretária de imprensa da Casa Branca Dee Dee Myers. Durante o primeiro mandato do presidente Bill Clinton, continua ela, a assessoria de imprensa da Casa Branca distribuía aos repórteres não apenas textos de discursos, resoluções e coletivas de imprensa como também press releases, informativos, informações de referência sobre políticas, notas à imprensa sobre novos eventos, resumos de discursos e documentos políticos, análises dos pontos mais importantes de um documento e assim por diante.

"Repórteres são pessoas ocupadas, principalmente aqueles que cobrem chefes de Estado e outros líderes de governo", explica ela. "O volume de material que eles têm de cobrir é impressionante." Fornecer material impresso ajuda bastante. Resumir e distribuir material na forma impressa ou on-line significa não precisar depender da compreensão correta de um discurso ou uma declaração. Também proporciona ao porta-voz uma outra oportunidade de reafirmar os pontos principais, diz Myers.

Nos Estados Unidos, sempre que possível, as assessorias de imprensa redigem e distribuem à imprensa, em papel ou pela internet, declarações, políticas, ações e planos. Isso tem várias utilidades:

  • Ajuda as autoridades do governo e os assessores de imprensa a definir claramente o que querem dizer e a refinar sua mensagem.
  • Aumenta as probabilidades de que a mídia entenda as informações corretamente, reduzindo as más interpretações.
  • É algo que os repórteres podem consultar quando estiverem redigindo suas matérias.
  • Evita ter de responder às mesmas perguntas várias vezes porque as informações básicas são fornecidas.
  • Estimula a elaboração de perguntas mais pertinentes, baseadas em fatos, por parte da mídia.
  • Aumenta as chances de que a matéria saia com a ênfase desejada.

Fornecer resumos e análises com uma declaração ou um discurso também possibilita à assessoria de imprensa reafirmar sua interpretação das notícias.

Nos Estados Unidos, as comunicações escritas assumem muitas formas. Além disso, as assessorias de imprensa têm diversas ferramentas - visuais e orais - para se comunicar com o público por meio da imprensa. Algumas das ferramentas de comunicação mais comuns são:

ilustração

Press release, que é redigido como um artigo de jornal e às vezes utilizado como texto de artigos jornalísticos por algumas publicações. Press release é a narrativa de uma notícia em uma ou duas páginas. Deve informar quem, o quê, onde, quando, por quê e como no primeiro parágrafo, como em uma reportagem jornalística. O press release deve seguir o estilo de uma pirâmide invertida, citando as informações por ordem de importância de modo que os editores possam identificar facilmente os fatos principais. A informação-chave corresponde ao topo da pirâmide e as notícias menos importantes, à base.

Nota à imprensa, que é semelhante a um press release, mas preparada para anunciar um evento futuro, de modo que a mídia possa avaliá-lo rapidamente e decidir se deve relatá-lo ou não. A nota à imprensa também deve incluir quem, quando, onde, por quê e como. Deve ocupar apenas uma página.

Informativo ou histórico, que é um press release expandido com informações detalhadas sobre um assunto. Utiliza fatos e estatísticas, mas geralmente não faz citações e é distribuído junto com o press release. Estendendo-se por quatro ou cinco páginas, o informativo ou histórico deve ser fácil de ler e utilizar marcadores ou negritos para cada fato novo.

Ilustrações como fotos, gráficos, quadros e mapas que acompanham os press releases.

Biografia, que é fornecida com o press release. A biografia resume o histórico profissional e as realizações de uma pessoa que está sendo indicada para um novo cargo, apresentando um discurso ou participando de um evento.

Uma lista de especialistas para reforçar sua mensagem. A lista deve incluir nomes e números de telefone.

Outros textos, que podem incluir todos os tipos de material. Na Casa Branca, por exemplo, as transcrições de comentários do presidente e de informes diários do secretário de imprensa e de outros assessores são fornecidas à mídia logo após a realização dos eventos. Resoluções, declarações, anúncios de indicações e nomeações de funcionários, cartas de especialistas ou de associações profissionais em apoio à legislação proposta e outros tipos de correspondência de e para o presidente também são distribuídos diariamente à imprensa.

Clippings, que mostram essencialmente as "boas" reportagens que foram publicadas. Os assessores geralmente tiram cópias de artigos jornalísticos favoráveis a eles e as colocam em kits para a imprensa junto com outros materiais.

Perguntas, que às vezes os assessores fornecem aos repórteres para aguçar seu interesse em um tópico. Também é possível redigir algumas perguntas para os entrevistadores fazerem a um assessor. Perguntas imaginativas despertam a curiosidade.

Kits Press, que contêm vários itens sobre um determinado tópico. Os itens são inseridos em uma pasta que tem dois bolsos internos para guardá-los. No caso da inauguração de uma nova escola, por exemplo, o kit para a imprensa pode incluir:

  • Uma pasta com o logotipo da escola na capa e duas abas internas para guardar material impresso.
  • Uma nota à imprensa com detalhes sobre a hora e o local da inauguração, bem como sobre sua importância.
  • Um press release com detalhes específicos da inauguração, informações gerais e citações de autoridades importantes sobre a escola.
  • Um histórico para a mídia com estatísticas e fatos detalhados, como dados específicos sobre a construção, número de alunos que freqüentarão a escola, etc.
  • Biografia dos oradores do evento.
  • Ilustrações, como fotografias da escola.

Sugestão de pauta, que resume a idéia de uma matéria em um parágrafo e explica por que os leitores - ou expectadores - se interessarão por ela. A sugestão de pauta ou o telefonema fornece detalhes, cita nomes, descreve oportunidades fotográficas e resume o conceito da matéria.

Press releases em vídeo e áudio, que informam quem, o quê, quando, onde, por quê e como, assim como o press release impresso, mas são apresentados como uma reportagem de rádio ou televisão. As emissoras podem usar todo o material ou parte dele em uma matéria jornalística para rádio ou televisão e identificar o material como proveniente de uma fonte de relações públicas. O press release em vídeo deve ser apresentado em trilhas de áudio separadas, com o narrador em uma trilha e os trechos de falas e sons naturais em outra para facilitar a edição do som.

Tecnologia por satélite, que permite reunir-se com a personagem da notícia ou entrevistá-la e transmitir as imagens ou a notícia para as estações de televisão de todo o país. Essa tecnologia proporciona um tour de imprensa sem gastos com viagens nem perda de tempo. Em geral, os especialistas em informação pública gravam um evento e então compram tempo do satélite para transmiti-lo. Para isso, é necessário um estúdio que possa transmitir imagens e sons ao vivo e possa dar aos repórteres da televisão a oportunidade de fazer perguntas por telefone enquanto se grava a autoridade dando as respostas. As estações precisam ser notificadas de quando a transmissão por satélite estará disponível e como acessá-la.

Sonora, que é a gravação em áudio de uma autoridade do governo fazendo uma pequena declaração, como se estivesse em uma entrevista real. Alguns políticos norte-americanos gravam declarações diariamente em horários regulares e as transmitem diretamente aos repórteres ou fornecem a eles o número de uma secretária eletrônica que contém a declaração. Para isso, é necessário um gravador de boa qualidade conectado a um telefone. O material também pode ser colocado na web para transferência por download.

Linha Privada, que pode ser utilizada para gravar a agenda diária de uma autoridade governamental para referência.

Coletivas de imprensa, nas quais os assessores anunciam notícias sobre determinado assunto. Para serem eficazes e dignas de crédito, as notícias devem ser oportunas e genuínas.

Entrevistas, que dão aos assessores uma chance de falar com um repórter, em geral diretamente, e expor suas idéias de uma maneira mais profunda do que em uma coletiva de imprensa.

Conselhos editoriais, que são reuniões entre a personagem da notícia e o editor da página de editorial de um jornal, editorialistas, articulistas e repórteres de seções de notícias para discutir um tópico. As principais redes de televisão e TV a cabo também fazem reuniões similares. O conselho editorial pode dar a uma autoridade governamental a oportunidade de explicar mais claramente suas idéias, o que pode levar a mídia a compreender melhor as políticas do governo e quase sempre resulta em reportagens jornalísticas e editoriais.

Reuniões off the record, nas quais os assessores se reúnem com os repórteres para fornecer informações básicas ou contexto para tópicos de interesse jornalístico.

Artigos e colunas que as personagens das notícias utilizam para expressar suas opiniões. Alguns políticos redigem uma coluna semanal para expressar suas opiniões diretamente para o público.

Discursos, que são utilizados para promover políticas, revelar novos programas, explicar posições e obter consenso. Cópias de discursos são fornecidas à imprensa antecipadamente e enviadas a jornalistas interessados que não podem comparecer a um evento da mídia. Colocar discursos na internet também ajuda. Se possível, ao distribuir um discurso, comece com um resumo do material para dar aos repórteres uma sinopse do tema principal. Guarde sempre uma lista das pessoas para quem o material foi enviado.

Tours de imprensa, que vão além da capital e alcançam a mídia regional. Os tours de imprensa devem fornecer à imprensa local notícias relacionadas com a sua região e explicar como os cidadãos serão afetados pelas políticas do governo.

Features, que contam uma notícia de uma forma mais leve. Os especialistas em informação pública não se baseiam apenas nas seções de notícias importantes da imprensa quando redigem seus artigos, mas usam os features e outras seções também.

Internet, que é um meio de se comunicar diretamente com o público sem o filtro da mídia. A rede também proporciona rápida comunicação com os repórteres. Além disso, a internet possibilita o vai-e-vem de mensagens entre as autoridades governamentais e o público. As assessorias de imprensa podem estabelecer seus próprios boletins eletrônicos locais. A internet tem de tudo: texto, imagens, vídeo e som. As assessorias de imprensa do governo também utilizam a rede para encaminhar os usuários a um grande número de documentos originais on-line. Para ser eficaz, o site precisa ser atualizado com freqüência.

E-mails que incluam endereços eletrônicos de grupos de modo que, com um simples comando do teclado, as informações são facilmente transmitidas para diversas pessoas interessadas.

Fotográfias ou photo ops, que permitem a um assessor tirar uma foto com outros cidadãos, como os ganhadores de um prêmio, para enviar ao jornal da cidade natal dessas pessoas para publicação. Ao tirar uma fotografia e enviar pelo correio, não se esqueça de identificar as pessoas na foto e o evento.

O material disponível para a imprensa pode ser de interesse somente para alguns repórteres. Na sala de imprensa da Casa Branca, por exemplo, os jornalistas normalmente lêem e depois devolvem o press release porque não vêem relação com o que estão cobrindo. Mas é importante que ele esteja disponível para os que desejam e precisam dele.

Como Lidar com a Mídia?

O que fazer

  • Diga a verdade - SEMPRE.
  • Seja honesto e preciso. Sua credibilidade e reputação dependem disso.
  • Reconheça quando não souber a resposta a uma pergunta. Se ofereça para obter a resposta e faça isso o mais rápido que puder.
  • Corrija erros imediatamente. Afirme que não deu uma resposta adequada e que gostaria de esclarecer a confusão.
  • Evite o uso de jargões. Fale em linguagem clara.
  • Suponha que tudo o que fala é on the record.
  • Seja o mais aberto possível com a mídia.
  • Ligue para os jornalistas caso uma matéria incorreta seja publicada. Aponte e comprove o erro educadamente.
  • Mantenha uma lista de realizações. Atualize-a com freqüência. As coisas acontecem com tanta rapidez que você pode esquecer o que você, a autoridade e seu ministério ou o governo realizaram.
  • Sempre retorne as ligações, ou peça que um assistente o faça, a tempo de os jornalistas cumprirem seus prazos.
  • Tente obter as informações que os jornalistas querem, mesmo que isso signifique um esforço extra, como ficar até tarde no trabalho ou entregar o material em mãos.
  • Tenha senso de humor.

"A frustração é quase sempre intrínseca à função", diz o ex-porta-voz da vice-presidência David Beckwith. "A menos que você tenha senso de humor, trata-se, na verdade, de uma atividade cruel."

O que não fazer

  • Não minta - JAMAIS.
  • Não diga "sem comentários" - JAMAIS.
  • Não improvise, não especule e não conjecture. Bons repórteres verificam os fatos. Se você estiver errado, sua credibilidade será destruída.
  • Não tente tornar "off the record" uma informação depois de já prestada.
  • Não deixe de colaborar.
  • Não crie notícias sem ter em mãos as informações necessárias. Não faça um anúncio e depois prepare o press release e os informativos. Se você tiver o material preparado antes de uma coletiva, poderá usar o tempo depois do anúncio para explicá-lo à imprensa.

Corrigindo Erros

Se suas declarações forem distorcidas em uma matéria ou se uma informação errada for dada, tome providências imediatamente. Converse com o jornalista. Não faça ameaças. Tenha fatos para fornecer e considere que tudo que disser para corrigir o erro será on the record. Se não conseguir nada com o jornalista, vá até o editor.

Você pode pedir retratação ou correção de um erro e muitas autoridades fazem isso. Mas outros acham que trazer a questão à tona somente mantém a informação errada no noticiário. Com a internet, no entanto, notícias incorretas podem ser acessadas continuamente. Por essa razão, solicitar uma correção é quase sempre o caminho a seguir. Na verdade, a atitude a ser tomada depende do erro e de sua gravidade. Mas, no mínimo, você deve contactar o jornalista e corrigir a informação errada ou a citação incorreta.

  • Não minta.
  • Não dissimule. Se você mentir ou encobrir um fato, você perde sua credibilidade.
  • Não evite telefonemas de jornalistas.
  • Reconheça o problema
  • Explique como está sendo corrigido.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Escrevendo para Web

Um dia um aluno me perguntou: o que quer dizer webwritter? Fiquei meio atônito, porque poderia dizer, simplesmente, que o termo significa "escrever para web" ou definir quem é este profissional e qual suas funções. Eis aqui uma questão de nomenclatura que pode ser mais complexa do que aparenta à primeira vista. Como definir o nome de sua atividade? Webwriter? Redator de web? Jornalista? Conteudista? Tudo depende, em grande parte, do tipo de serviço que você é capaz de oferecer ao cliente.

Quando um profissional é contratado para administrar todo o conteúdo (jornalístico e publicitário) de um portal é convencionalmente chamado de Editor ou Gerente de Conteúdo. Já o colega que tem a função de correr atrás das últimas notícias continua sendo um repórter do portal para o qual trabalha. Existem ainda aqueles jornalistas incumbidos de produzir textos opinativos - artigos - ou simplesmente de formatar o site utilizando testículos e ícones que facilitem a navegação, como FAQs.

Embora divididos em funções, todos podem ser considerados webwritters. Assim sendo, este é mais um caso onde a praticidade supera o preconceito. Como a profissão ainda é nova, muitos criadores de conteúdo preferem se apresentar simplesmente como redatores, o que não deixa de ser elegante e discreto. O mais importante é que você esteja bem à vontade com a definição que escolher. Porque o nome de sua profissão é tão importante quanto a expectativa depositada nele por você e por seus clientes. Veja o que diz o jornalista Bruno Rodrigues, autor do livro Webwriting.

...Webwritter é o profissional que atua em mídias digitais, tendo como objeto de trabalho não só o texto propriamente dito, mas também toda e qualquer informação textual ou visual que seja veiculada. Sendo assim, sua preocupação não deve estar restrita à precisão, qualidade e criatividade do texto, mas também a questões ligadas à organização e à facilidade de acesso à informação. Tendo em vista atuar em um segmento típico da Era do Conhecimento, necessita adotar uma postura diferenciada em relação aos redatores tradicionais, assumindo um paradigma construtivista, onde promover, instigar e facilitar o diálogo seja uma prioridade constante...

...Também não pode esquecer que nas mídias interativas o poder está todo nas mãos do usuário, o que faz com que seu texto precise assumir sempre uma postura persuasiva. Assim, conhecimentos de marketing são fundamentais para um bom desempenho profissional, bem como intimidade com o meio digital. Conhecimentos de estatística e domínio de softwares de medição de audiência também são importantes...

Dicas para melhorar seu webtexto!

HIPERTEXTO

O grande diferenciador de linguagem na Internet é o hipertexto. Ele cria uma nova sintaxe porque num mesmo texto você pode se remeter à vários outros oferecendo ao leitor uma gama variada de conteúdos.

QUALIDADE

O critério de qualidade do texto vale tanto para a Internet quanto para o papel. Não há linguagem nova que desobrigue o texto de ser bom, legível, compreensível. O texto só ganha vida quando é consumido e entendido pelo leitor.

DIMENSÃO

Um texto para internet tem que ter o tamanho que a informação exigir. Na informação rápida não se pode esquecer de um ponto crucial: o porquê. Quem entra na Internet quer saber o porquê dos fatos. A velocidade não supera a qualidade da informação, tem que ser um "plus". A internet deve funcionar como um banco de dados e não apenas como um veículo de informação.

RACIOCÍNIO

Antes de se sentar ao computador e blablablá, blablablá, pare e pense! Forme um raciocínio. Você não vai escrever direito na web se não pensar direito.

APERFEIÇOAMENTO

A alma do webwriting é a busca de aperfeiçoamento; webwriting é um raciocínio constante de como distribuir informações pelos ambientes digitais. A isso damos o nome de arquitetura da informação: o principal caminho do webwriter no futuro. Não esqueça: se o texto não for persuasivo, adeus! Seja objetivo e agregue boa navegabilidade ao seu conteúdo. Coloque as informações onde o usuário quer encontrá-las.

ROTEIROS

É muito importante conhecer a estrutura de um roteiro, saber contar uma história.

CADÊNCIA

O texto na internet deve ter cadência como uma boa música: envolva o internauta para que ele se sinta atraído a ler a idéia seguinte. É preciso, o tempo todo, estar próximo do leitor, levando em conta que as pessoas navegam de forma intuitiva e não racional. Escreva textos envolventes, soltos, sintéticos; respeite a pontuação e saiba explorar os atributos de uma marca quando seu objetivo for publicitário e não jornalístico. A idéia principal deve estar em evidência logo no começo do texto.

SINTONIA

Quanto às ferramentas de propaganda online, o pop-up, por exemplo, dá muito resultado, mas é preciso respeitar o consumidor, acertar o passo com o usuário.

PORTUGUÊS

É importante estar atento ao português. Embora o inglês seja a língua dominante na rede, não é nossa língua nativa. Por isso, mais de 90% do tráfego na internet acontece dentro do país. Há uma preferência por sites de língua portuguesa.

INTERPRETAÇÃO

O webwriter pode trabalhar a notícia online agregando à instantaneidade um tratamento de colunismo, de comentário. Na rede, há um excesso de informação que o webwriter pode capturar e traduzir para o internauta. Mas é preciso muito cuidado com textos longos, por isso, usar bem os links é uma questão vital.

COMBINAÇÃO

Entre o texto jornalístico e o publicitário (predominantes na Internet) há uma linguagem escrita própria da rede que agrega estas duas características, entre outras. Quanto melhor a mistura, maior a eficiência do texto. Uma boa receita pode ser a seguinte: um texto comprometido com os fatos, com a verdade, mas com um toque muito pessoal de persuasão.

PARCERIA

Não existe webwriting sem webdesign. A palavra conteúdo vem do inglês content, que designa o conjunto de informações veiculadas via Internet, a soma entre texto e design. A harmonia entre os dois é o ideal e depende da qualidade da parceria entre o webwriter e o webdesigner.

OBJETIVIDADE

Economizar tempo é chave na rede. Vá direto ao assunto. Torne acessível a informação que o internauta procura. Use o princípio da pirâmide invertida onde a informação principal vem logo no primeiro parágrafo.

CONCISÃO

Dê preferência a textos curtos. Mas não deixe faltar informações. Se o tema abordado for complexo utilize o link, a principal ferramenta do webwriter. A habilidade em usar os links é o ponto fundamental para um texto conciso e com informações completas. Habitue-se a focar o que é estritamente relevante numa informação, lembre-se da tecnologia Wap: O tempo é curto e o espaço pequeno.

INTERATIVIDADE

É o princípio básico da rede. Converse com seu leitor. O bom texto para a Net é um convite para que o internauta participe, seja lá como for.

VISIBILIDADE

Normalmente, o internauta não lê o texto, ele escaneia o texto procurando pelo ponto chave da informação. E a poluição visual não está só nas ruas das grandes cidades. Está na Web também! O excesso de informações numa página deixa o internauta confuso e cansado. Há diversos recursos tecnológicos para resolver este problema: Home pages intermediárias, menus pull-down e banners criativos são alguns deles.

NAVEGABILIDADE

A precisão desta característica depende da qualidade da parceira entre webwriter e webdesigner. O texto não pode ser tratado como uma peça isolada numa webpage, ele deve integrar-se ao design tornando acessíveis e atraentes as informações. Assim, é muito mais fácil fisgar o visitante! A utilização correta do link é a maior responsável pela boa navegabilidade de um site. Use toda a tecnologia disponível a favor do seu texto!

ARQUITETURA

A grande ferramenta para melhorar a visibilidade de seu texto é a “Arquitetura da Informação”, ou seja, refletir sobre a melhor maneira de disponibilizar as informações num site criando um projeto adequado para organizá-las, como numa obra de cimento e tijolos. Coloque uma idéia em cada parágrafo, use títulos, subtítulos, intertítulos e sumários.

LINGUAGEM

Dê preferência à uma linguagem informal, leve, coloquial. Se puder, escreva como se estivesse conversando. Mas não tenha isto como uma regra imutável. Há casos (como em sites corporativos ou trabalhos acadêmicos) nos quais é necessário usar a forma culta ou formal.

ORTOGRAFIA

Todo mundo está te olhando. Se a sua profissão é escrever para a Internet, você pode criar neologismos e usar os jargões e gírias próprios da rede, mas não pode cometer erros gramaticais. Estude gramática!

HUMOR

O ambiente da Web é predominantemente bem humorado. Dê preferência ao texto leve, mas sem exageros. O importante é que o humor seja criativo e acima de tudo muito bem dosado.

CRIATIVIDADE

É preciso ser criativo ao redigir um texto para a Web. Pense e repense sobre a construção dos textos e como distribuí-los melhor no site. Procure soluções criativas, inove, crie, mas não viaje demais, principalmente se o assunto for conteúdo corporativo ou para intranets onde o webwriting tem características específicas.

CONCLUSÃO

Esqueça tudo que você leu até agora e aprenda a pensar... pensar... pensar... Escrever na Internet é um exercício constante de refletir sobre o conteúdo. É estar antenado o tempo todo com tudo que está acontecendo no mundo online. Não esqueça: Nada na rede é definitivo!

* Robson Fraga - http://robsonfraga.blogspot.com / http://oficinasdejornalismo.blogspot.com

sábado, 22 de agosto de 2009

Minha primeira visita ao psicanalista

Texto de Brenda Leal para o caderno temático da próxima edição da revista.

Quantas vezes digitei esse título no Word e não consegui desenvolver? Não sei, talvez umas 7, ou 8, ou até mesmo 10 vezes. Pensei, repensei, olhei minhas anotações e nada, que eu considerasse, profundo o bastante surgia. Foi então que eu me lembrei o que a “minha psicanalista” falou: as coisas que devem ser ditas vão surgindo aos poucos. Então eu pensei: o que eu não consigo escrever é o que eu quero dizer ou o que eu não quero que saibam? Decidi me desarmar. Vamos aos fatos.

Propus-me a procurar um psicanalista, nesse momento minha análise começa. Cheguei na hora marcada num sobrado muito romântico na zona sul, mas tudo vai desmoronando aos poucos. Já na recepção me deparo com pessoas descalças, comida macrobiótica, crianças com os dedos sujos de tinta, eu repleta de preconceito, ri por dentro e pensei: centro Hare Krishna era tudo o que eu precisava, logo estarei entoando mantras e raspando a cabeça.

Estava tranqüila, até começar a subir as escadas que rangem e o meu coração começar a pulsar mais forte e minhas mãos suavam também. Mais uma vez me frustrei, não era um consultório, era uma sala confortável com almofadas, luz baixa, formando um ambiente tranqüilo. Tudo o que eu não queria. A psicanalista e não “O” , como eu desejava, abriu um sorriso e me disse: diga lá. E eu só conseguia pensar: diga lá o quê? Toda a tranqüilidade aparente se transformou num desconforto absoluto. Como eu gostaria que ela fosse austera do tipo que faz perguntas diretas, dá os diagnósticos e te manda voltar na semana que vem para saber como evoluiu o seu caso.

Assim como fiz aqui, decidi me desarmar, e assustadoramente as coisas foram saindo, foram buscando-a e quando percebi estava lá eu, arrebatada por aquela figura feminina, gentil e inteligente. Fui lá querendo conhecer o processo de análise e sai de lá me conhecendo muito mais, não conseguia me concentrar em nada ao longo do dia, só em mim e pela primeira vez em muito tempo fiz isso sem culpa. A primeira visita se transformou em segunda, com ela surgiu a ansiedade da terceira e percebi que não tem diagnóstico, não tem caso clínico e muito menos consulta, tudo faz parte de um processo de descoberta, não tem mágica e nenhum mistério. Continuo “freqüentando” a psicanalista e deixando meu inconsciente agir. O que eu espero do próximo encontro? Nada, parei de me preparar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Militantes da ditadura da década de 60 e os usuários de drogas dos dias de hoje

Sim, militantes e usuários têm coisas em comum. Se voltarmos no tempo para entender a revolta dos jovens militantes que lutavam contra um governo ditatorial e a favor de uma real democracia entre a população e a revolta interna de um usuário de drogas que é capaz de destruir sua saúde para que alguém os ouça, você vai ver que eles têm coisas em comum.
O envolvimento da classe média nos dois movimentos, a angústia dos pais que ficam em casa sem notícias dos filhos que podem estar presos ou sendo torturados tanto por militares como por seus traficantes, também pode ser um quesito de união entre eles. Imaginar que o seu filho, educado nas melhores escolas da cidade, pode estar sendo observado ou perseguido, não deve ser o melhor dos sentimentos.
E o que falar sobre a insatisfação quanto ao que o mundo tem a lhes oferecer? A necessidade de se mexer para mudar o cotidiano em que se encontram ou possuir um sentimento latente de envolvimento e aceitação no grupo, são coisas a serem pensadas que fazem parte das duas categorias de jovens.
Observar que as universidades estão atentas àqueles que queimam seu cannabis no pátio, nos faz remeter à época de militares infiltrados em salas de aula que coagiam qualquer grupo envolvido na luta socialista. E acima de tudo, ter a certeza que esses dois grupos se igualam ao observar seus sofrimentos atrás de uma luta que não comporta vitórias e vitoriosos.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Notícias

Difícil da gente que trabalha com notícia estar do outro lado e receber a notícia que a gente não quer. Saber que engrossa a estatística do desemprego no Brasil, sem grandes previsões de nova contratação, disputando não apenas com as novas Fatimas Bernardes da comunicação, como também com aqueles que sequer sabem sobre a Escola de Frankfurt.
Saber que na sua empresa você virou a notícia da rádio corredor, porque você mandou esvaziar sua mesa antes do prazo solicitado pela sua chefe para você cumprir o aviso prévio. Ou até mesmo porque você apenas fez uma pergunta na reunião do departamento que desagradou todo mundo.
Notícia que hoje em dia se torna cada vez mais dinâmica, mas que se você encontra uma informação, um nome que seja, na página do obituário, pode te marcar pra sempre. Notícia que ex-namorado nos dá e que faz a gente passar pelas 5 fases da mudança, começando pela negação sempre. Sempre começa pela negação, incrível.
Notícia que a gente se acostuma a trabalhar, mas que a gente nunca está pronto pra receber...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A comunicação e o comunicador



Pensar o jornalismo moderno sem os meios eletrônicos é tarefa impossível. Não identificar a importância da imagem, da instantaneidade da internet e da velocidade em que se multiplicam as informações é perder a lógica da comunicação atual. Temos que pensar a notícia de forma integrada. Estamos cercados de meios, mas esquecendo de determinar seus fins. Esta pluralidade pode significar o estrangulamento da informação pela diversidade das mídias.

É preciso estar atento. Quando o telejornalismo surgiu no Brasil, nos idos de 50, chegamos a profetizar o fim do rádio como veículo jornalístico. Por um momento acreditamos que a divulgação de imagens poderia dar fim a comunicação verbal. Algum “vanguardista de plantão” exclamou aos quatro ventos: “a imagem diz mais que qualquer palavra”, mas para o bem da comunicação social ele estava errado e ficamos felizes em ver o surgimento das rádios all news no fim da década de 90.

O rádio é e talvez por muito tempo ainda continuará sendo o veículo de informação mais democrático da era moderna. A radiodifusão une pessoas das mais diversas raças, classes socioeconômicas e nível intelectual. O alto executivo ouve a Lúcia Hipólito, na CBN, e fica informado sobre a redução do IPI do mesmo jeitinho que seu João, um hulmide lavrador, descobre na voz do Canázio, pela AM, que agora pode comprar sua primeira geladeira porque agora o preço caiu.

A televisão tem sua força e seu espaço. Em tempo real nos mostra como é a vida do outro lado do mundo. Mesmo quem não sabe ler ou escrever consegue entender que na China as pessoas não usam garfos para comer macarrão, o fazem com o auxílio dos “palitinhos”. Dá até pra rir disso e ficar informado ao mesmo tempo. Também através da telinha podemos entender que a Tsunami é uma “onda do mar revoltada” que destrói tudo que vê pela frente, sem que para isso precisemos ser especialistas em meteorologia.

A imagem diz muito sim; marca momentos, locais e, por vezes, expressões impossíveis de serem narradas como a cara de um político ao ser desmascarado em rede nacional. Mas, quase sempre, precisa de complemento. A simples imagem da enchente de um rio pode ter diferentes significados. Para que seja compreendia claramente carece de apoio: é preciso localizar o fato, identificar os envolvidos, causas e conseuências, seja através da locução ou da inserção de legendas. A palavra exerce seu papel de encadeadora do raciocínio em qualquer veículo. Cabe ao jornalista moderno essa “simbiose”.

Hoje vivemos a era da informação digital. Estamos cercados de portais, sites, blogs. Temos o Orkut, o Twitter, o Hi5... A cada instante recebemos um novo e-mail cheio de informações ou novas “fofocas” pelo MSN. Os scpraps estão aí! Até mesmo o celular perdeu sua função prerrogativa e agora serve como display para notícias das mais variadas. A “terceira guerra mundial” está aí e, nós comunicadores, precisamos nos armar!

Quem hoje em dia, nos grandes Centros, consegue se ver livre da internet? Nessa rede mundial é possível descobrir o mundo, entender a política, a economia, fazer pesquisas escolares, bater-papo e ainda ver as últimas gatas da Playboy? A sociedade moderna exige novas informações a todo instante e precisamos qualificá-las porque queiram os magistrados ou não, somos jornalistas por formação. Temos que alimentar a rede com notícias, números e informações de toda natureza na velocidade digital. Não temos tempo à perder!

Precisamos nos preparar. Entender que o rádio está presente no dia-a-dia da sociedade e que fala para todos os que podem ouvir, sem pedir licença! Não podemos desqualificar o veículo muito menos o ouvinte. Ao escrever "pro Rádio" lembrem-se do seu João lá do sertão da Bahia. Para ele “Redução de IPI” significa apenas que o preço da geladeira baixou. Então se faça entender!

Ao redigir pra TV não esqueça: tudo aquilo que pode ser mostrado não precisa ser dito! Mesmo as pessoas de raciocínio lento rapidamente entendem quando uma matéria é repetitiva, cansativa e chata. Ganhe tempo; corte palavras. Utilize mecanismos como “sobe som”, “respiro”, “insert”, “videografismo”, tabelas, etc., para dar velocidade à informação e tornar seu VT mais atraente. Se for entrar ao vivo preste atenção para não repetir aquilo que foi dito por um entrevistado. Mais ainda, não responda às suas próprias perguntas!

Quando for pensar num texto para internet fique atento: por mais horas que se passe diante do computador ninguém “tem saco” para textos intermináveis. Os links e hiperlinks servem exatamente para suprir o leitor de detalhes sobre determinada matéria. Só quem realmente precisa aprofundar-se em determinado tema irá clicar ali. Portanto, seja breve: privilegie as informações mais importantes no seu texto. Na web tem mais peso o que acabou de acontecer! Junte a isso imagens interessantes numa mesma janela utilizando plug-ins!

O jornalista que pretende sobreviver nos dias atuais precisa ser versátil, inteligente. Sagaz ao ponto de perceber as diferenças entre os veículos, suas funções, seus públicos-alvo. Só assim é possível escrever, falar e mostrar informações coerentes. Seja no rádio, na TV ou na Web só há vagas para profissionais bem "formados", informados e com facilidade de adaptação. Qualifique-se se de fato quiser fazer valer o diploma de jornalista. Caso contrário, o Gilmar Mendes terá razão!

http://robsonfraga.blogspot.com

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