quinta-feira, 4 de junho de 2009

Fazendo enxoval no Outback - Manuela Musitano

Outro dia, assistindo a mais um episódio desses seriados americanos sobre as donas de casa, tive a ideia de escrever sobre um tema que circula em muitos grupos de jovens amigos. Um personagem do seriado é flagrado pela mulher com vários objetos da casa de seus vizinhos e amigos. Perguntado sobre porque ainda faz isso, ele responde a ela que no começo era por diversão, agora simplesmente ele não consegue não fazer.
E é exatamente sobre isso que eu estava pensando. Especificamente sobre a louça da rede de restaurantes Outback. É difícil conhecer quem tenha menos de 25 anos, que tenha ido comer lá e não tenha trazido um “souvenir” do lugar. E fiquei pensando em como isso teria acontecido e porque isso ainda existe, se todo mundo sabe que acontece, inclusive os funcionários, todos com menos de 30 anos. Será que os roubos começaram a acontecer, incentivados pelo serviço que sempre dispõe aos usuários dois garfos e uma faca?
E as canecas? Tudo bem que colocar um garfo dentro de uma bolsa não é uma das coisas mais mirabolantes do mundo, mas e uma caneca, geralmente molhada pelo suor do gelo do refrigerante? E não é difícil encontrar alguém que tome seu leite com chocolate pela manhã na sua caneca do Outback.
Mas como devem ser classificados esses jovens que pegam coisas que não são suas? Será que o Outback releva todos esses surrupios já colocando nos preços de seus pratos os talheres e louças levados por clientes? Sabe-se que um prato com macarrão e molho não sai a menos de R$ 30,00 por pessoa, nem sua famosa cebola pelo mesmo preço. Com esta informação, podemos analisar o nível de pessoas que têm a oportunidade de comer lá com uma certa frequência e nos questionarmos se há realmente a necessidade de estes utensílios serem levados para casa.
Conheço muitas pessoas que têm coisas do Outback em suas casas, mas não conheço nenhuma que tenha sido avisada ou revistada na saída por nenhum funcionário. Se o Outback sabe da ação de seus clientes, por que não disponibilizar estes itens em uma loja própria e que angariariam mais lucros que prejuízos? Será este o verdadeiro charme do lugar? Mas e as pessoas que levam suvenirs de outros restaurantes, bares e motéis? Estariam elas começando a se identificar com o personagem citado anteriormente? Será que a sociedade da “lembrancinha” do Outback manterá a característica da malandragem brasileira quando tiverem que tomar decisões políticas pelo seu país?
Só nos resta, esperar para ver...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Perspicaz e oportuno comentário, minha cara Manuela. Como você, também conheço inúmeros cidadãos com este hábito um tanto reprovável. Um, inclusive, chega ao ponto de tomar para si copos destes de beber cerveja ou cachaça em botequins chinfrins. Certamente não o faz por necessidade de renovar suas louças, mas porque então? Resta-nos continuar a indagação certos de que provavelmente não teremos respostas a este desmando inconseqüente ou inconsciente!, seja como for!

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